Este texto é o segundo de uma série em que traremos degustações de temas que estudamos e experienciamos na nossa Formação de Líderes Evolutivos, que começa no dia 4 de março e está com as inscrições abertas! O primeiro texto com o título “O Que 2020 (e a nova década) Pede do Líder” foi publicado na semana passada e você pode conferir aqui.
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Muitas pessoas que chegam até a cuidadoria, nos relatam que têm tomado contato com o cenário de mundo atual, que buscam conhecimentos e vivências que trazem uma ampliação de sua visão, que sabem o que precisa ser feito, mas na hora de colocar em prática, no dia a dia, vêem-se sem ferramentas, sem o “como fazer acontecer”. Neste caminho, buscar conhecimentos mais técnicos e práticas, como por exemplo ferramentas e métodos que estimulem a colaboração e a agilidade, é fundamental. Porém, há algo que, em muitos casos, os profissionais (líderes ou não) que buscam atualizar-se e preparar-se para o futuro cada vez mais VUCA*, deixam de lado: o autoconhecimento.
Essa palavra pode parecer até batida e, especialmente no contexto empresarial, muitas vezes vem carregada de julgamentos, com expressões como “abraçar árvores”, entre outras. Muitas vezes o autoconhecimento também é confundido com espiritualidade e, desta forma, fica encaixotado em um contexto que parece não caber no mundo do trabalho.
Bom, já estamos começando a ficar cansados de saber que os limites entre vida pessoal e profissional vêm diminuindo cada vez mais e que, mais do que isso, muitas organizações reconhecem que acolher o ser humano em sua inteireza — isso quer dizer: sua porção racional, mas também suas inteligências emocional, intuitiva, corporal, bem como considerar que a vida do colaborador é uma só e que o ambiente profissional influencia sua vida pessoal e vice-versa — ajuda a criar ambientes mais harmônicos, em que as pessoas se conhecem melhor e passam a confiar mais umas nas outras, há ganhos enormes em criatividade, inovação, colaboração e trabalho em equipe, entre muitos e muitos outros.
Neste âmbito da inteireza, a organização pode oferecer um ambiente acolhedor, humano e ter boas práticas no que concerne a colaboração e a colaboração e sustentação deste ambiente de confiança. E isso é super significativo.
Mas é essencial lembrar que uma organização é feita de indivíduos e que cada pessoa é um fractal, um pequeno universo dentro de algo muito maior. Assim, criar organizações, famílias, relações mais saudáveis e atualizados depende também da disponibilidade individual em desenvolver a si mesmo.
Quando coloco a palavra disponibilidade, é isso mesmo. Estar disponível, aberto e sabendo que o caminho de desenvolvimento individual envolve mudanças de atitude, amadurecimento, desapego de comportamentos que já não estão em sinergia com o que o mundo pede do profissional.
Hoje em dia, já não cabem mais profissionais apegados a sua cadeira, ao seu cargo, ao seu jeitinho que foi sempre o certo. Porém, cabe sim a experiência integrada ao novo, a conversa honesta e generosa entre o millenial e o perenial, a troca de aprendizados e de conhecimentos.
Saiba que o seu perfil importa. Que a sua experiência importa. Que a sua juventude ou a sua maturidade importam e muito. Mas elas precisam caminhar juntas com atualizações que têm a ver com o contexto de mundo e que têm coisas das quais não vamos escapar:
- Precisamos aprender a colaborar;
- Para colaborar, precisamos perder o medo (de mudar, de desapegar de comportamentos velhos, de aprender);
- Para perder o medo, precisamos nos interessar pelas diferenças e conhecer melhor as pessoas e ambientes;
- Para conhecer melhor as pessoas e ambientes precisamos estar dispostos a aprender sobre eles;
- Para aprender precisamos saber ouvir e aumentar nossa percepção;
- Para saber ouvir e perceber, precisamos entender nossos incômodos internos, que nos enrijecem e nos colocam no isolamento das nossas caixinhas e daquilo que achamos que sabemos;
- Para isso, muitas vezes é necessária muita desconstrução daquilo que achamos que somos;
- Assim, precisamos encontrar aquilo que realmente somos. E isso é autoconhecimento. Reconhecer a verdadeira contribuição que podemos oferecer, que não tem somente a ver com nossos conhecimentos, mas com nosso estilo de viver e ser, nossos hábitos, nossos valores, história, com aquilo que acreditamos que nos traz paz e felicidade.
Pode ter certeza, aquilo que você é importa! Em um mundo em que o acolhimento da diversidade — de perfis, conhecimentos, experiências, origens, etc — é uma das formas capazes de aumentar a inteligência e a capacidade de inovação e adaptação de qualquer organização, aquilo que há de mais autêntico nos seus talentos pode fazer muita diferença e revelar características que você nem mesmo imaginava que pudessem ser valorizadas.
Mas, a primeira pessoa a conhecer e reconhecer tudo isso precisa ser você mesmo.
E se você escolhe ser um líder em uma organização — ou qualquer outro projeto ou iniciativa — o compromisso com o autoconhecimento é ainda maior, visto que aquilo que você expressa como indivíduo terá a capacidade de influenciar, muitas vezes um grande número de pessoas.
Na Formação de Líderes Evolutivos, da cuidadoria, uma das sabedorias que utilizamos para o autoconhecimento é o Eneagrama, que traz um mapa da consciência que nos ajuda a reconhecer a nossa natureza essencial, os pontos que são naturalmente forte e que podemos desenvolver e expressar facilmente, bem como os caminhos que nos levam a mais equilíbrio ou desequilíbrio e que podem contribuir ou não para nosso crescimento como líderes e, especialmente, como seres humanos. Também nos utilizamos de diversas outras linhas de conhecimento, como as práticas de Mindfulness, a Comunicação Não-Violenta, a Investigação Apreciativa, entre muitas outras.
Muitas outras ferramentas e caminhos existem e você não precisa olhar por uma única lente, mas o fato é que, mais do que nunca, transitar confortavelmente no desconforto do mundo VUCA* e ser um líder do futuro vai pedir de você saber quem você é! E uma jornada intensa e valiosa pode se desdobrar à sua frente!
Vamos nessa?!
*VUCA: sigla em Inglês para as características do mundo atual e do futuro emergente — volátil, incerto, complexo, ambíguo.
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Este texto faz parte de uma série de temas semanais que que também fazem parte de nossa Formação de Líderes Evolutivos e que está com inscrições abertas. Se você quiser se aprofundar, aprender pela experiência e desenvolver as habilidades dos líderes do futuro, para aplicar em sua organização, seu empreendimento ou sua vida, dê uma olhadinha neste link ou entre em contato conosco.
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