Este texto é o primeiro de uma série em que traremos degustações de temas que estudamos e experienciamos na nossa Formação de Líderes Evolutivos.
Aproveitando o início do ano de 2020, que também inicia uma nova década, em um século XXI mergulhado em informações, rede, tecnologia e velocidade nunca vistas, nada melhor do que o primeiro texto abordar o que esta nova década pede de nós, líderes.
E, logo de cara, respondendo a pergunta que está no subtítulo do artigo, já podemos dizer que não, provavelmente ninguém (ou muito poucos de nós) está preparado para as mudanças exponenciais... E isso pode ser uma ótima notícia!
Pode ser que, ao pensar em um futuro que nos próximos 20 anos trará mais mudanças do que tivemos nos últimos 300 anos, a sensação inicial seja muito mais de receio do desconhecido do que propriamente de uma curiosidade aventureira.
Especialmente no mundo do trabalho, quando pensamos no que vai acontecer com nossos empregos, uma das primeiras imagens que vem à mente é a de robôs substituindo trabalhadores nas mais diversas funções e tarefas.
Sim, esta é uma realidade, que na verdade já acontece há muito tempo - desde que o pensamento de processo e escala começa a emergir na Revolução Industrial - e toma proporções imensamente maiores e mais impactantes com a digitalização do trabalho, máquinas cada vez mais inteligentes, redes... A tecnologia está ressignificando inclusive aquilo que chamamos de trabalho.
Estamos ressignificando forma, local, tempo - como trabalhamos, onde trabalhamos, quando trabalhamos e, finalmente, poderemos ressignificar porque trabalharmos. Gerd Leonhard, uma das referências mundiais em futurismo, nos lembra e explica porque o nosso maior trabalho no século XXI é nos tornarmos cada vez mais humanos!
Segundo ele, "quando a inteligência artificial encontra a inteligência humana, é o fim da rotina como conhecemos." E o fim dos trabalhos rotineiros é apenas uma das grandes mudanças em um cenário onde tudo que puder ser automatizado e digitalizado, será.
Olhando para isso, o que de fato sobrará para nós, humanos? Você já fez o exercício de imaginar o que estará fazendo quando todo o trabalho o seu trabalho rotineiro puder ser automatizado? E não só o trabalho no âmbito profissional, mas também na sua casa e outras atividades do seu dia a dia.
Com certeza, você já percebeu que teremos muito a fazer... E que nossas possibilidades vão muito além de tentarmos trabalhar como os robôs - com certeza este não é um futuro possível e o trabalho humano não se tratará disso.
O trabalho do futuro envolverá nossos potenciais humanos, relacionais, intuitivos, nossa inteligência emocional, nossa capacidade de criar narrativas que tragam significado a outras pessoas... habilidades científicas continuarão sendo essenciais, mas não caminharão sem criatividade, ética e uma capacidade imaginativa. Robôs não são capazes de lidar com eventos inesperados, com situações complexas que exijam julgamentos éticos, não são capazes de improvisar ou intuir. Mas nós somos.
E se você olhar com atenção, já está acontecendo. Veja quantas pessoas pensando em transições de carreira, buscando atividades que desenvolvam e ajudem outros a desenvolver habilidades humanas.
Este é nosso grande desafio daqui em diante. Um desafio que envolve uma nova educação , mudanças de formas de pensar com impactos grandiosos em nossa organização social e na forma como nos organizamos para trabalhar e com o propósito do que fazemos.
E mais do que nunca, precisamos de pessoas que estejam dispostas a a se abrir ao novo, a engajar-se em conhecer a si e ao outro, a aprender a expressar sua singularidade, seus melhores talentos, aprofundar-se em experiências que ampliem suas percepções e dêem mais sensibilidade para transitar em um mundo complexo (falamos adquirir conhecimento através de experiências e do desenvolvimento da sensibilidade na semana passada, no texto "Liderando na era da experiência". Se quiser se aprofundar, leia aqui).
Ao saber que VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade, ambiguidade) não é algo passageiro, mas um estado constante, é muito importante que aprendamos a navegar nesse contexto, compreendendo que precisamos nos reeducar com o foco de sermos seres humanos melhores e não bons robôs.
Isso envolve encarar a vida daqui para a frente como uma aventura com mudanças constantes e com constantes oportunidades de nos reinventarmos. O trabalho daqui em diante pode, sim, nos trazer a chance de carreiras em que coloquemos de fato nossas vocações em prática. Para isso, é importante nos prepararmos.
Os líderes do século XXI são as pessoas que estão se preparando, desenvolvendo habilidades que vão da empatia ao storytelling. Que conseguem sair do medo e trabalhar o aumento de suas percepções para aprender a tomar decisões em meio a cenários complexos, que buscam soluções que envolvam não só atingir resultados mas a regeneração da natureza e das relações humanas. Essa é a liderança do futuro. Enquanto a tecnologia nos ajuda a criar abundância, é a hora de desenvolvermos nossos sentidos / inteligências que foram deixados de lado por tanto tempo em uma sociedade que só valorizou a racionalidade. Emoções, sensações, intuições, inteligência corporal, linguagem e comunicação... O líder do século XXI é um facilitador para organizar a colaboração e a inteligência de seu time a favor de soluções relevantes, sustentáveis, com impacto positivo e sistêmico.
Como estão essas inteligências em você hoje?
"Foque naquilo que é puramente humano. Descubra o que te faz único. Esteja confortável com o desconforto da permanente evolução. Este é o novo normal." Gerd Leonhard
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Este texto faz parte de uma série de temas semanais que que também fazem parte de nossa Formação de Líderes Evolutivos e que está com inscrições abertas. Se você quiser se aprofundar, aprender pela experiência e desenvolver as habilidades dos líderes do futuro, para aplicar em sua organização, seu empreendimento ou sua vida, dê uma olhadinha neste link ou entre em contato conosco.
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