Era dia 19 de junho de 2015, o relógio marcava 6:15 da manhã quando ouvi o despertador tocar. O inverno se aproximava e a manhã estava gelada em São Paulo.
Ainda com os olhos pesados de sono, levantei da cama, tomei um banho quente, seguido por uma xícara de café e me preparei para mais um dia de trabalho.
Era um dia como outro qualquer, cheguei no trabalho cedinho, abri o meu computador e estava checando os meus e-mails quando de repente uma movimentação estranha começou no andar.
Murmurinhos, pessoas andando de um lado para outro, minha cabeça começou a fazer várias especulações, quando de repente um colega comunicou:
“É isso mesmo, a polícia federal interditou o prédio, ninguém pode entrar nem sair”.
Em dez minutos eles estavam no andar e de forma rude nos orientavam a não mexer em nada e liberar espaço para vasculharem documentos, computadores e papelada.
Me senti invadida e acuada, mais do que isso me senti julgada, a forma como me olhavam transbordava acusação.
Desci para a cafeteria e chagando lá a sensação das pessoas era a mesma: abuso e julgamento. Imediatamente senti meus valores sendo profundamente feridos, como eu poderia fazer parte de uma organização envolvida no centro da corrupção no país.