Nas nossas organizações, somos a todo momento chamados a criar visões compartilhadas, chegar a um ponto em comum, ter uma visão única de propósito, de direcionamento. Mas, existiria limite para chegarmos a visões comuns, ideias compartilhadas, valores comuns, sentido coletivo?
No cenário de rápidas mudanças e desafios complexos, a Liderança Adaptativa emerge como uma abordagem crucial para guiar organizações e equipes. Um dos pilares fundamentais desta abordagem é a habilidade de "manter valores opostos em tensão", uma competência que redefine a forma como líderes enfrentam dilemas e tomam decisões.
Os sistemas empresariais, os mercados e setores estão cada vez mais dinâmicos e isso não é novidade. O acesso e a democratização das novas tecnologias favorecem e permitem o movimento constante de novos entrantes, agentes, informação e dados, a todo momento. E a tecnologia eleva a complexidade pelo aumento exponencial das transações e do aprendizado. A complexidade, portanto, é um movimento que só aumenta, não para e não tem volta.
Mas por que manter valores opostos em tensão?
Manter valores opostos em tensão significa abraçar a complexidade inerente aos desafios modernos, reconhecendo que muitas situações não possuem soluções simples ou binárias.
Considerar, portanto, que partimos do princípio de que o cenário é complexo, essa abordagem exige que os líderes:
- Reconheçam a validade de perspectivas aparentemente contraditórias
- Evitem o pensamento "ou/ou" em favor de uma mentalidade "e/e"
- Busquem soluções que integrem diferentes pontos de vista
- Desenvolvam conforto com a ambiguidade e a incerteza
Na prática, isso é possível?
Sim. Em um mundo cada vez mais diverso e interconectado, a capacidade de manter valores opostos em tensão torna-se um diferencial competitivo. Temos percebido que, de fato, isso se manifesta em uma maturidade da liderança e, por consequência, do sistema como um todo.
E as organizações que dominam esta habilidade são mais propensas a:
- Adaptar-se rapidamente às mudanças de mercado
- Construir culturas inclusivas e resilientes
- Tomar decisões mais equilibradas e éticas
- Equilibrar a gestão de expectativas, ponto crítico na complexidade
- Inovar de forma sustentável
Para implementar esta abordagem, os líderes avançam quando se permitem a:
- Cultivar a escuta ativa e a empatia interna na construção das soluções
- Manter a escuta direta sobre o que de fato gera valor para dentro e para fora do sistema (clientes e stakeholders)
- Fomentar o diálogo aberto sobre dilemas organizacionais
- Criar espaços seguros para a expressão de ideias divergentes
- Modelar a tolerância à ambiguidade em suas próprias decisões
Para ajudar líderes a desenvolverem esta competência, considere as seguintes perguntas reflexivas:
- Quais são os valores ou objetivos aparentemente contraditórios que sua organização enfrenta atualmente?
- Como você tem lidado com situações nas quais não há uma resposta clara de "certo ou errado"?
- De que maneira você pode criar um ambiente onde perspectivas diversas são não apenas toleradas, mas ativamente buscadas e valorizadas?
- Quais são os riscos de buscar soluções simplistas para problemas complexos em sua organização?
- Como você pode desenvolver sua própria capacidade de conforto com a ambiguidade?
- De que forma sua equipe poderia se beneficiar ao abraçar a tensão entre diferentes valores ou objetivos?
- Quais são os exemplos de decisões passadas nas quais manter valores opostos em tensão poderia ter levado a melhores resultados?
A habilidade de manter valores opostos em tensão é mais do que uma competência de liderança; é uma mentalidade que permite navegar com mais leveza e sucesso na complexidade do mundo moderno. Ao abraçar esta abordagem, líderes podem criar organizações mais adaptáveis, inovadoras e resilientes, preparadas para enfrentar os desafios do presente e do futuro.
O caminho para a mudança adaptativa não é sobre eliminar tensões, mas sim sobre aprender a dançar com elas, transformando aparentes contradições em oportunidades para crescimento e inovação.
Essa perspectiva dual é considerada a fronteira do conhecimento e da prática em liderança nas circunstâncias da sociedade do conhecimento. Estamos vivenciando uma mudança contínua, onde a capacidade de adaptação e a disposição para abraçar a incerteza são fundamentais.
Ronald Heifetz, renomado professor e consultor, destacou a importância de mobilizar as pessoas para enfrentar problemas complexos e prosperar. Ele propõe que a liderança adaptativa é uma prática que apoia as pessoas a se ajustarem a novas situações, interpretando o contexto real e não ilusório, e utilizando o desequilíbrio como um motor de progresso. Essa abordagem incentiva o aprendizado contínuo, inspirando indivíduos a abandonarem métodos ultrapassados e a desenvolverem novas competências e uma mentalidade de experimentação.
Assim, a liderança adaptativa se torna uma ferramenta poderosa para navegar em um mundo em constante mudança, promovendo o crescimento pessoal e organizacional.
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