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Liderança Evolutiva: Como Prosperar na Incerteza e 5 Dicas para Liderar a Transição de Eras

Você sente que a complexidade e a imprevisibilidade aumentaram exponencialmente nos últimos anos? As palavras incerteza, volatilidade, ambiguidade fazem parte do seu vocabulário diário nas reuniões de trabalho?

Se você respondeu “sim” a essas perguntas, este artigo é para você!

Aqui na cuidadoria, acreditamos que o mundo mudou, e com ele, a forma como lideramos pessoas e organizações. Os modelos de gestão tradicional, super hierárquicos e lentos, simplesmente não dão mais conta da velocidade das mudanças. É como tentar navegar um navio explorando mares nunca antes navegados com um mapa antigo e uma bússola quebrada.

Neste artigo, vamos mergulhar em quatro pontos cruciais para entender e prosperar nesse cenário:

  • Por que a sensação de incerteza aumentou e por que estamos vivendo uma verdadeira transição de eras.

  • As 4 revoluções simultâneas que a humanidade vive neste momento.

  • O principal desafio que essa transição nos impõe.

  • E, o mais importante: como podemos nos preparar para liderar a partir da nova lógica, com 5 dicas práticas para você aplicar hoje mesmo.

A Incerteza em Números: Por Que o Mundo Parece Mais Caótico?

A sensação de incerteza que habita a mente e o coração de muitos líderes pode parecer apenas uma percepção mas ela é uma realidade mensurável.

Você sabia que existe um índice que mede o grau de Incerteza Mundial? É o World Uncertainty Index. Em janeiro de 2025, atingimos um nível histórico de incerteza, superando até mesmo o pico da pandemia.

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World Uncertainty Index (WUI): Global — Fonte: https://worlduncertaintyindex.com/

Mas quais são as causas dessa alta vertiginosa?

Não é uma única causa, mas uma combinação de fatores que se retroalimentam, criando um cenário de complexidade sem precedentes:

  • A guerra tarifária dos EUA: Um movimento que reconfigura as relações comerciais globais.

  • Guerras e conflitos: Desde os mais noticiados, como Rússia e Ucrânia, Israel e Palestina, até outros que mal chegam à mídia, todos contribuem para a instabilidade geopolítica.

  • O avanço das IAs: Uma revolução tecnológica que promete redefinir o trabalho, a criatividade e a tomada de decisões.

  • A crise climática: Uma ameaça existencial que já impacta milhões de vidas e economias ao redor do mundo.

Esses fatores não agem isoladamente. Eles são parte de um movimento maior, uma verdadeira transição de eras.

As 4 Revoluções Simultâneas: O Mundo Virando de Ponta-Cabeça

Gerd Leonhard, futurista alemão, compartilhou num keynote no Doing Digital em Yerevan na Armenia, que não estamos apenas em uma era de mudanças, mas vivendo quatro revoluções simultaneamente, e 2025 é o ano da virada para essa transição. Essas revoluções estão nos empurrando de uma lógica antiga para uma nova:

Da competição para a colaboração
Do controle para a confiança
Da concentração de poder para a distribuição de poder
Da unipolaridade para a multipolaridade
Da economia neoliberal para a economia do cuidar

Vamos entender cada uma delas:

A Revolução Geopolítica

Depois de um longo período de bipolaridade (EUA e URSS) e, em seguida, unipolaridade (com forte influência dos EUA), estamos agora em um momento multipolar. As tarifas de Trump, por exemplo, causaram um isolamento dos EUA, enquanto vemos um movimento crescente de cooperação internacional entre blocos econômicos como BRICS, União Europeia e ASEAN.

O poder está se redistribuindo, e isso tem implicações profundas para negócios e liderança.

A Revolução Digital (e das IAs)

Não estamos falando da internet dos anos 90, mas da revolução das Inteligências Artificiais. As IAs não são apenas ferramentas de automação; são agentes que analisam dados, criam conteúdos (texto, áudio, vídeo), enviam e-mails, comunicam-se com outras IAs e até tomam decisões sozinhas.

Isso levanta questões cruciais: Como será o mercado de trabalho quando a maioria dos trabalhos baseados em conhecimento puder ser substituída por máquinas? Como trazer o melhor do ser humano para que possamos aproveitar o melhor da tecnologia de forma ética para resolver os problemas da humanidade?

A Revolução da Sustentabilidade (ou Regeneração):

A crise climática não é mais uma ameaça distante; ela já faz parte da vida de milhões de desabrigados climáticos, pessoas que sofrem com a falta de água, enchentes, incêndios florestais e até mesmo a alta de alimentos básicos.

Um relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que a crise climática pode custar 12% do PIB a cada 1 grau de aumento de temperatura. E esse aumento vai nos atingir, não apenas as próximas gerações. Sem um ecossistema equilibrado, a economia entra em declínio, o que significa menos clientes e menos lucro. Ou seja, empresas e governos que não entrarem na lógica da regeneração não irão prosperar. E para isso, precisamos de muita colaboração e, acima de tudo, de lideranças que acreditem que isso é possível.

A boa notícia é que o mercado já está se movendo: uma pesquisa da Morgan Stanley de 2025 revelou que mais de 80% dos investidores acreditam que é possível alcançar ganhos financeiros focando em resultados positivos para o ambiente e a sociedade. E o mais impressionante: 99% da Geração Z e 97% dos Millennials apresentam alto interesse em investimentos sustentáveis. Isso significa que a transição para modelos mais sustentáveis e regenerativos é uma questão de tempo.


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Página 7 do Relatório Sustainable Signals — Individual Investors 2025 da Morgan Stanley

A Revolução do Propósito:

Se as antigas gerações focavam em carreira, status e salários, a Geração Z veio para redirecionar o foco e revolucionar as relações de trabalho. Para eles, o trabalho é um meio para viver seu propósito em um ambiente acolhedor, com senso de pertencimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Esse conflito geracional vai provocar mudanças importantes nos ambientes de trabalho, empurrando as organizações para modelos orientados a propósito, mais humanos, colaborativos, inclusivos e inovadores.

Quando a Geração Z começar a ocupar os cargos de liderança, faremos a transição não apenas para um mundo sustentável, mas para um mundo onde o propósito não será apenas uma frase bonita no site das empresas, mas parte de uma economia que combina Propósito, Pessoas, Planeta e Prosperidade. Faremos a transição do modelo econômico neoliberal, baseado na competição, exploração e lucro, para uma economia do cuidar, baseada na colaboração, distribuição e prosperidade.

O Desafio da Transição: Construindo o Novo Enquanto o Velho se Desfaz

Leonhard afirma que 2025 é o ano da virada. Por isso, precisamos nos preparar agora para prosperar a partir da nova lógica.

Mas o principal desafio é que a velha lógica está morrendo e as estruturas da nova lógica ainda não estão prontas. Temos certeza de que o velho vai deixar de existir, mas não temos certeza de como será o novo. E isso, naturalmente, traz muita ansiedade.

Como podemos, então, liderar a partir da nova lógica? Como podemos criar as estruturas do futuro desejável, mantendo as luzes da velha lógica acesas até conseguirmos fazer a travessia?

Essa é a pergunta do milhão, não é mesmo? E a resposta não é um manual pronto, mas sim uma mentalidade e uma prática que vão ajudar a construir o caminho enquanto caminhamos.

A chave para liderar nessa transição está em abraçar a incerteza e praticar a Liderança Facilitadora e o Poder da Experimentação.

Se o futuro é incerto, como podemos liderar com respostas prontas? Não podemos, né? Precisamos liderar com perguntas, com curiosidade e com a coragem de experimentar.

A liderança facilitadora não é sobre ter todas as respostas, mas sobre criar o ambiente onde as melhores respostas possam emergir da inteligência coletiva da sua equipe. É sobre ser um catalisador, um arquiteto de um espaço onde a colaboração genuína, a confiança e a distribuição de poder que tanto falamos, possam florescer.

E o poder da experimentação entra aqui como o motor dessa nova lógica. Se não sabemos exatamente como será o novo, precisamos testar, aprender e iterar rapidamente. É como construir um avião em pleno voo, mas com a equipe inteira engajada no projeto.

5 Dicas para Liderar a Transição de Eras

  1. Cultive uma Mentalidade de Experimentação e Aprendizado Contínuo:

Incentive a experimentação e desmistifique o erro. Transforme cada “falha” em uma oportunidade de aprendizado. Crie um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para tentar coisas novas, mesmo que não funcionem de primeira. Lembre-se, na natureza, a evolução é um processo contínuo de experimentação e adaptação.
Faça Protótipos e Testes em Pequena Escala. Em ambientes incertos e caóticos, perceber e responder funciona muito melhor do que prever e controlar.

2. Crie Espaços de Segurança Psicológica para a Inovação:

Lidere com Vulnerabilidade: Mostre que você também não tem todas as respostas. Compartilhe suas dúvidas e desafios. Isso abre espaço para que sua equipe se sinta à vontade para fazer o mesmo e contribuir com suas próprias ideias e soluções.

Valorize a Diversidade de Pensamento: A nova lógica exige múltiplas perspectivas. Incentive o debate saudável, a discordância construtiva e a inclusão de vozes diferentes. A inovação nasce dessa fricção de ideias.

3. Lidere com Perguntas, Não com Respostas Prontas:

Seja um Facilitador de Conversas: Em vez de ditar o caminho, faça perguntas poderosas que estimulem a reflexão e a cocriação. Perguntas como “O que podemos aprender com isso?”, “Como podemos abordar isso de forma diferente?”, “Qual é o próximo pequeno experimento que podemos fazer?”

Empodere a Autonomia e a Tomada de Decisão Distribuída: Confie na capacidade da sua equipe. Dê a eles a liberdade e a responsabilidade para tomar decisões dentro de suas áreas de expertise. Lembre-se da transição do controle para a confiança, da concentração para a distribuição de poder.

4. Fomente a Colaboração entre Áreas:

Conecte Pontos e Pessoas: Na incerteza, as soluções raramente vêm de um único departamento ou área. Seu papel é conectar pessoas, equipes e ideias que, à primeira vista, podem parecer desconectadas. Crie projetos multifuncionais, incentive a troca de conhecimentos e celebre as sinergias.

Construa Pontes entre o “Velho” e o “Novo”: A travessia não é um salto no escuro. É um processo. Identifique o que da “velha lógica” ainda serve e pode ser adaptado, e o que precisa ser descontinuado. Ajude sua equipe a entender que a transição é um processo contínuo de desaprender e reaprender.

5. Seja o Primeiro a Experimentar e Aprender:

Lidere pelo Exemplo: Se você quer que sua equipe abrace a incerteza e a experimentação, você precisa ser o primeiro a fazê-lo. Compartilhe seus próprios experimentos, seus aprendizados e até mesmo seus “fracassos”. Sua vulnerabilidade e sua disposição para aprender serão o maior incentivo para sua equipe.

O Próximo Passo para a Liderança Evolutiva

A liderança evolutiva é sobre ser um navegador nessa transição de eras. É assim que criamos as estruturas do futuro desejável, mantendo as luzes da velha lógica acesas, mas com o olhar fixo no horizonte da nova economia do cuidar, da colaboração e do propósito.

Se você se sente chamado a ser esse tipo de líder, um líder que abraça a incerteza como um campo fértil para a inovação, então eu te convido a dar o próximo passo.

Na cuidadoria, nós desenvolvemos a Jornada de Liderança Evolutiva, um programa desenhado para te equipar com as ferramentas, a mentalidade e as práticas necessárias para liderar nessa nova era. Lá, você vai aprender a aprofundar cada um desses pontos, a construir equipes mais humanas, ágeis, colaborativas e inovadoras, e a transformar a incerteza em sua maior aliada.

São 8 sessões ao vivo e 12 meses de mentoria colaborativa para tirar seu projeto evolutivo da gaveta e ancorar o aprendizado com o apoio de uma comunidade de líderes que, assim como você, acredita nessa grande virada!

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