Como dar vida ao novo normal que quer nascer?
Nos últimos dias, tenho conversado com pessoas diversas, amigos, conhecidos... nessa quarentena adquiri o hábito de fazer uma espécie de check-in diário, cada vez com pessoas diferentes, na simples intenção de saber como elas estão, se estão enfrentando dificuldades, que coisas boas estão vivenciando, escutar percepções, trocar alguma ideia.
Essas conversas, além é claro do que também tenho vivido e compartilhado com o time da cuidadoria, vão ajudando a fazer algumas leituras (mais emocionais do que racionais em sua maioria e sem a pretensão de acertar) e ancorar tantas coisas que esse momento vem nos trazendo.
Me parece que chegamos a um momento em que a novidade da pandemia começa a ficar para trás. Depois que nosso jeito de viver foi sacudido, jogado para cima caindo no chão aos cacos, passado o susto e transitando nos traumas começamos a ver alguns dos cacos. E aqui, não estou falando da economia ou do sistema de saúde, mas de nosso mundo interno, de nossos hábitos, rotinas e formas de fazer.
Enquanto a ideia de um convívio com a invisível ameaça do vírus parece se assentar em nosso cenário mental, apesar de todos os incômodos e sofrimentos, algo parece pesar ainda mais: a clareza de que nada está garantido fica evidente é inegável.
Certeza, só uma: a da mudança. E para nós, aqui na cuidadoria, um exercício contínuo de abertura ao aprendizado, ao novo, pois se nos mantivermos rígidos e fechados aí sim o sofrimento será grande.
Vemos que cada passo que damos, cada decisão em nosso dia a dia vem acompanhada de uma lição. E a que salta aos nossos olhos é de que não há um minuto de repouso se não houver colaboração.
Tem duas palavrinhas que soam como mantras em nossos ouvidos: colaborar e confiar.
Uma vez ouvi uma frase que dizia algo sobre "descansar no poder do outro".
Nessa visão incluindo esse mantra em nosso dia a dia podemos reconhecer que não há outra possibilidade de viver, a não ser colaborando em todos os níveis e nos apoiando com nossos conhecimentos e habilidades, com nossa escuta e acolhimento, com a ressignificação e as celebrações de cada passo que damos juntos.
Colaborar e confiar.
Colaborar e confiar.
Colaborar e confiar.