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A Ascensão da Economia do Cuidar 

Por Henrique Katahira

Imagine que você nasceu no Brasil no ano 2121. Neste ano, a sociedade humana chega na curva ascendente da grande transição econômica e cultural. Grandes corporações, universidades, sistema financeiro e governos estão à beira do colapso. Como todo movimento de transição, da mesma forma que existe um movimento em direção à luz, há uma grande exposição das sombras da nossa sociedade como a degradação de ecossistemas, desgoverno, abusos de autoridade, desigualdade social, guerras, refugiados, etc.
 

O mundo então, é tomado por um movimento de cuidadores do planeta que lideram a transição da economia do consumo para a economia do cuidar. Eles atuam em cooperativas auto-reguladas que se organizam em redes utilizando uma plataforma de alta velocidade trocando informações, experiências e recursos culturais, ambientais, sociais e financeiros. As transações financeiras são feitas através de uma moeda própria com uma carteira digital baseada em blockchain.

A cooperativa é auto-suficiente em recursos de energia e produção de alimentos. O grupo é composto por mais de 2 milhões pessoas dos 5 continentes cuidando de 100 mil Unidades Locais de Cuidado atuando no cuidado das pessoas e espaços públicos. Os cuidadores são pessoas das mais variadas formações e faixa etária. Há engenheiros, administradores, médicos, enfermeiros, educadores, terapeutas, jardineiros, arquitetos, construtores, permacultores, zeladores, filósofos, poetas, artistas plásticos, músicos, etc. Qualquer pessoa pode se juntar ao grupo e ter suas necessidades básicas de moradia, alimento, acesso à cultura e entretenimento atendidas desde que dedique algumas horas do seu dia servindo à cooperativa.

 


A gestão da cooperativa foi baseada no livro Reinventando as Organizações de Frederic Laloux que destaca a importância dos três pilares das organizações evolutivas: Propósito Evolutivo, Integralidade e Autogestão.


O propósito evolutivo da cooperativa é baseado nos princípios éticos da permaculturaCuidar das pessoas, cuidar da terra e compartilhar os excedentes. Lá é possível praticar a integralidade onde cada Unidade de Cuidado oferece práticas de desenvolvimento humano e terapias para que cada pessoa possa manifestar sua própria essência e expor suas vulnerabilidades num ambiente de confiança. A autogestão é baseada na Holacracia e as decisões são feitas de forma participativa através da Sociocracia 3.0.


Para que este tripé funcione é necessário que o indivíduo também tenha o senso de propósito de vida, integralidade e gestão da rotina bem alinhados com a organização.


Imagine que você tenha sido convidado a ser um cuidador da cooperativa e recebeu um questionário com algumas perguntas para ser encaminhado a uma Unidade Local de Cuidado.

 

1) Qual é seu propósito de vida? Do que você gostaria de cuidar se não tivesse que se preocupar com dinheiro?

 

2) Que talentos você tem e que gostaria de oferecer à cooperativa?

 

3) De que forma você gostaria de atuar? Localmente em uma Unidade de Cuidado ou remotamente em casa? Em locais de conflitos? Na cidade ou no campo? Dentro de um coletivo grande ou um grupo pequeno?

 

Este texto é um convite à reflexão de como seriam as organizações na economia do cuidar. E o mais interessante é que esse movimento pode começar hoje mesmo (talvez já tenha sido começado por outras pessoas).

 

Quer ser um cuidador do planeta? Responda às perguntas nos comentários e compartilhe!